The Good, The Bad and The Ugly ... or should I say The Bad, The Crap and the Worse?


Estou imerso na leitura do livro Cisne Negro de Nassim Taleb, e me deparei com algumas afirmações de lógicas em que ou erramos na pura parte abstrata, ou erramos na aplicação prática da mesma. O entendimento das construções lógicas é a base para uma boa argumentação. No livro Pensamento Crítico, o autor separa os argumentos em dois principais grupos, o primeiro é a validade do argumento, ou seja, se a construção lógica está correta e o segundo é a força do mesmo, que indica que as afirmações contidas tem sua veracidade assegurada. As falácias mais típicas se apóiam em argumentos fracos, porém algumas também se utilizam de argumentos inválidos.

Pra começar, uma que é bem simples, mas gera erros comuns é a da implicação, quando eu afirmo que "Se A então B", como por exemplo, "Se chover então o chão ficará molhado". Neste tipo de afirmação, a verdade do termo A implica que B será necessariamente verdadeiro, porém, caso A seja falso nada pode ser afirmado sobre B ele pode ser tanto falso como verdadeiro, assim como, caso B seja falso, necessariamente A será falso.

Erros neste sentido são cometidos principalmente na aplicação prática, meio que de forma inconsciente, suponha que esta premissa seja verdadeira (o que não é): "Todo criminoso é pobre". Quando as pessoas vêem uma pessoa pobre o que fazem? ficam receosas e preocupadas. Porém isso é o mesmo que afirmar que "Todo pobre é criminoso." O que está longe de ser verdadeiro, visto que existe uma razão de milhares de pobres para cada criminoso.

Porém já vi pessoas afirmarem absurdos, sustentando seu argumento com esta mesma construção inválida. Em um comentário sobre uma reportagem da Carta Capital, uma pessoa afirmou o seguinte: "As pesquisas nazistas com judeus levaram ao avanço da Medicina, não haveriam estes avanços caso não houvesse nazismo." Todo errado, já começa sustentando uma tese tosca, a premissa que afirma que as pesquisas nazistas é que avançaram a Medicina no mínimo é fraco pois não parece uma verdade evidente, e termina com um erro idiota de lógica, conforme demonstrado.

O livro do Nassim Taleb cita um caso que achei muito curioso, pois ressalta a forma como buscamos validar nossas afirmações. Quando alguém afirma, "Todo Cisne é branco", e justifica sua afirmação com o fato de encontrar um cisne que seja branco, é no mínimo ingênuo, mas muito comum. A afirmação em questão é equivalente a afirmarmos, "Tudo que não é branco, não é um Cisne", e ele faz uma brincadeira com o erro cometido anteriormente, "Eu vi um carro vermelho, logo todo cisne é branco".

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